17/05/2025 292c5r
RENDA FIXA OU VARIÁVEL?
Você deixaria seu dinheiro dormindo embaixo do colchão, sabendo que ele poderia
trabalhar por você enquanto você dorme? Parece loucura, mas essa é a lógica por trás do
investimento: fazer com que o seu dinheiro gere mais dinheiro ao longo do tempo. No entanto,
quando se começa a explorar esse universo, uma das primeiras dúvidas que surge é "investir em
renda fixa ou renda variável?"
Renda Fixa
Vamos começar entendendo o que é renda fixa. De forma bem direta, investir em renda
fixa é como emprestar dinheiro para alguém (que pode ser o governo, um banco ou até uma
empresa) em troca de um pagamento de juros num prazo determinado. Imagine que você
empresta R$ 1.000 ao governo por meio do Tesouro Selic. Esse título promete te devolver esse
valor com juros depois de um tempo. Ao final de um ano, por exemplo, você pode ter R$ 1.100.
O mais importante aqui é que, em geral, você já sabe quanto vai receber ou tem uma estimativa
muito próxima disso no momento em que aplica. Isso dá mais segurança ao investidor, pois
reduz as surpresas e os riscos.
Na prática, há diversos tipos de investimentos em renda fixa. Um dos mais conhecidos é
o Tesouro Direto, que permite que qualquer pessoa, a partir de valores baixos, invista em títulos
públicos emitidos pelo governo federal. Outra opção comum são os CDBs, que são Certificados
de Depósito Bancário oferecidos por bancos. Você também pode encontrar LCI (Letras de
Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), que além de serem seguras, têm
um atrativo a mais: são isentas de imposto de renda para pessoas físicas.
A grande vantagem da renda fixa é, sem dúvida, a previsibilidade. Ela é ideal para quem
está começando a investir, tem objetivos de curto a médio prazo ou precisa montar uma reserva
de emergência. Além disso, muitos investimentos em renda fixa possuem liquidez diária, o que
significa que você pode resgatar seu dinheiro a qualquer momento. No entanto, a renda fixa
geralmente oferece um retorno menor do que a renda variável e, em alguns casos, como na
tradicional poupança, a rentabilidade pode até ser inferior à inflação — o que faz com que o seu
dinheiro perca valor com o tempo.
Renda Variável
Agora, vamos falar sobre a renda variável, que, como o nome já diz, não garante um
retorno previsível. Aqui, o valor do seu investimento oscila conforme o desempenho do mercado,
das empresas ou de determinados ativos. Um exemplo clássico são as ações, que representam
pequenas partes de uma empresa. Quando você compra uma ação da Apple, por exemplo, está
se tornando sócio daquela empresa. Se ela crescer, lucrar e se valorizar no mercado, suas ações
também tendem a subir de valor. Mas se a empresa ar por dificuldades ou o mercado como
um todo estiver em baixa, o valor das ações pode cair.
Investir em renda variável é como entrar em uma montanha-russa porque é preciso ter
estômago para lidar com as oscilações. Um dia, suas ações podem estar valendo 20% a mais;
no outro, podem ter caído 15%. Apesar dessa volatilidade, a renda variável pode ser
extremamente lucrativa no longo prazo. Quem investiu em ações da Petrobras ou do Itaú há dez
ou quinze anos, por exemplo, pode ter acumulado um bom patrimônio, principalmente se
reinvestiu os dividendos (lucros distribuídos pelas empresas aos seus acionistas) ao longo do
tempo.
Além das ações, existem outros tipos de investimentos em renda variável, como os
Fundos Imobiliários (FIIs), que permitem que você receba aluguéis mensais sem precisar comprar
um imóvel físico. Também há os ETFs, que são fundos que replicam índices como o Ibovespa, e
as criptomoedas, como o Bitcoin, que têm se popularizado, mas oferecem riscos muito mais
elevados e imprevisibilidade ainda maior.
A grande vantagem da renda variável está no potencial de crescimento. Com paciência e
estratégia, é possível multiplicar o capital investido, especialmente em horizontes de longo prazo.
Por outro lado, o risco de perdas é real, e é por isso que esse tipo de investimento exige mais
preparo emocional e conhecimento técnico. Não é recomendado, por exemplo, colocar todo o
seu dinheiro em ações se você pretende usá-lo para pagar a faculdade no próximo ano.
Qual devo escolher">Então, como escolher entre renda fixa e renda variável? A resposta está em você. Cada
pessoa tem um perfil de investidor — que pode ser conservador, moderado ou arrojado — e esse
perfil deve guiar suas escolhas. Além disso, é importante considerar o prazo que você tem para
cada objetivo e o quanto está disposto a correr riscos.
Vamos imaginar o caso da Camila, uma estudante de 18 anos que acabou de conseguir
seu primeiro estágio e quer começar a investir com R$ 200 por mês. Como ainda está
começando, ela decide deixar 70% do dinheiro em um Tesouro Selic, para garantir liquidez e
segurança. Com os 30% restantes, ela decide testar o mercado, aplicando 20% em um Fundo
Imobiliário e 10% em uma ação de uma empresa que ira, para aprender na prática. Essa é
uma forma equilibrada de começar, respeitando seu perfil conservador, mas abrindo espaço para
conhecimento e possibilidades futuras.
Mais importante do que escolher apenas entre renda fixa ou variável é entender que você
não precisa optar por um ou outro — você pode (e deve!) combinar os dois, formando uma
carteira de investimentos diversificada. Essa é a chave para equilibrar segurança e rentabilidade
ao longo do tempo.
No fim das contas, investir é como plantar: alguns frutos crescem rápido, outros levam
anos para amadurecer. O importante é começar, mesmo que com pouco. Seu dinheiro tem o
poder de construir um futuro mais seguro, estável e cheio de possibilidades. E tudo começa com
uma escolha: fazer com que ele trabalhe por você.
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